terça-feira, 6 de maio de 2008

Qual é a metodologia da PJ?

(Lc 24,13-35 \ encenar. Importante lembrar dos REGISTOS. Refletir sobre o sentido – fazer uma analogia – da metodologia. Para TRANSFORMAR.)
Metodologia é um jeito, um caminho utilizado para se alcançar um objetivo. A PJ utiliza o método Ver-Julgar-Agir e celebrar.
O Ver é a percepção da realidade da vida, onde o jovem observa tudo: fatos, acontecimentos, ações... “Os fatos, porém, não são observados e mensurados conforme os postulados das ciências naturais. Não são ‘coisas’. Os fatos são acontecimentos relacionados com outros fenômenos. São causados e geram conseqüências.”[1] É importante registrar, escrever o que se observa, pois isso permite um olhar mais objetivo e sistemático da realidade.
Tudo isso é importante no Ver, mas o mais relevante é a postura do jovem, neste momento. Que o jovem não seja um mero profissional estatístico ou laboratorial e sim deixe falar a lógica do coração para sentir na sua profundidade o sofrimento de nossos irmãos trabalhadores e todo o nosso povo.
Para Ver é preciso se desarmar de todo pré-julgar e alimentar um espírito de pesquisa e investigação, de si e da realidade, questionando permanentemente: o que está acontecendo ao nosso redor? Na família? No bairro? No trabalho? Que tipo de relação existe entre os colegas de trabalho ou entre os vizinhos? Só assim é possível perceber que há coisas que acontecem e dizem respeito a mais de uma pessoa, ou seja, que é comum a outras.
O Julgar é fazer uma profunda análise da realidade a partir da vida concreta e particular do jovem. É confrontar o objetivo, o ideal, a utopia, o como deveria ser, com as condições reais que estamos vivendo. É perceber se a realidade vivida satisfaz e realiza a pessoa humana, o jovem. Neste confronto requer-se do jovem a expressão do seu pensar diante da realidade, isso vai ajudar no seu crescimento crítico, responsável e criterioso. No ato de confrontar é importante saber ouvir a opinião dos outros. É bom ter uma visão antropológica cristã, segundo o Evangelho, bem como não esquecer dos valores e direitos humanos, tais como: a participação e a comunhão.
Ao Julgar a situação ou realidade, “os jovens começam a descobrir que estes problemas não são normais.”[2] Então partem em busca das causas dos fatos e refletem com os companheiros de trabalho ou grupo a fim de perceber a possibilidade de mudança.
Diante da realidade vista e confrontada, havendo possibilidade de transformação, busca-se planejar uma ação.[3] A ação é planejada, a partir da necessidade sentida pelos jovens, e desenvolvida em conjunto com os jovens envolvidos na situação a ser transformada. Assim, o objetivo torna-se comum: transformar para responder à necessidade almejada. Através da ação planejada, que transforma, forma-se consciência e sentimento de classe (grupo). É importante perceber que o ponto de partida da tarefa educacional e formativa, é o agir, ou seja, a tarefa prática. Transformar transformando-se. Evangelizar evangelizando-se.
O celebrar é a comemoração festiva das ações desenvolvidas. O momento celebrativo deve impulsionar para um novo agir, que começa pelo ver a realidade.
Obs.: os passos não estão desligados, estanques, soltos, mas andam juntos, simultaneamente, formam um conjunto.
[1] Elli BENINCÁ, As origens do planejamento participativo no Brasil, AEC, nº 64, p.12.
[2] Luís Carlos BORTONCELLO, A conscientização política através do método Ver, Julgar e Agir, p. 08.
[3] No ato de planejar, geralmente, segue-se o seguinte esquema: o que? Como? Quem? Quando? Onde?

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