quarta-feira, 30 de julho de 2008

Metodologia de trabalho

1 – VER – é o momento que tomamos consciência da realidade a partir dos fatos concretos da vida cotidiana; isso é importante para nossas futuras ações transformadoras direcionadas para as raízes dos problemas.
2 – JULGAR – aqui nós analisaremos os fatos que vimos. Sempre faremos isso a partir da Palavra de Deus, uma vez que, nosso objetivo é alcançar a proposta libertadora do mundo que o Povo de Deus vivia e também porque visamos construir uma sociedade de acordo com o projeto de Deus.
3 – AGIR – este é o momento da concretização, da ação transformadora, o que se compreendeu acerca da realidade (ver) e o que se descobriu do Plano de Deus sobre ela (julgar). É o nosso compromisso, nossa prática. Importante ressaltar que essa prática deve envolver a participação de todos, não se restringindo à esfera pessoal, mas procura incidir de fato na realidade social. Como agentes transformadores, nós somos fermento na massa, fazemos da nossa própria vida um testemunho de fé da presença de Jesus Cristo na vida e na história. Sendo agentes transformadores nós estamos colaborando ativamente na construção do Reino de Deus, da civilização do amor.
4 – REVER – é o momento de avaliar. É tomar consciência hoje do que foi feito ontem para melhorar a ação de amanhã. A avaliação é super importante, ela enriquece e aperfeiçoa a própria visão da realidade e, ao mesmo tempo, sugere ações novas, mais profundas, críticas e realistas. A avaliação valoriza as conquistas alcançadas, permite experimentar a alegria pelo caminho percorrido, torna consciente o crescimento dos jovens participantes tornando comum as experiências vividas por cada um que compartilha o mesmo compromisso. Sem avaliação, a ação deixa de ser transformadora, não se valorizam os avanços nem se aprende com os erros, não se estimula novas ações, o grupo pára e morre.
5 – CELEBRAR – para o cristão, fé e vida estão integrados. Por isso, deve-se celebrar as vitorias, as conquistas e os fracassos, as alegrias e as tristezas, as angústias e as esperanças, a vida do grupo. Celebrando a vida concreta, reconhece-se a presença de Deus Libertador. A celebração fortalece a fé.

A metodologia da Pastoral da Juventude

“O caminho se faz ao caminhar. Mas, não basta coragem para caminhar. Temos que saber a arte de caminhar. Temos que dominar o jeito de caminhar!”

Clareando as Palavras

A raiz da palavra método está na língua grega, e é composta de duas palavras, uma delas é “meta”, que significa percorrer. A outra palavra é “ódos” que significa caminho ou trilha. Assim, quando falamos em método estamos nos referindo ao caminho que podemos percorrer para chegar a um determinado objetivo.

META + ODÓS = Método

Às vezes usamos a palavra Metodologia. Esta palavra tem a sua raiz na palavra método acrescida de mais uma: “logia”, que significa estudo. Portanto, Metodologia é o estudo do caminho, ou melhor, o estudo de um caminho. É o estudo do jeito de fazer alguma coisa.

META + ÓDOS + LOGIA = Metodologia

O nosso jeito de trabalhar se baseia na prática de nosso mestre Jesus de Nazaré. Por isso trabalhamos em grupo. O nosso método de trabalho é praticado da seguinte forma:
VER – JULGAR – AGIR – REVER – CELEBRAR

segunda-feira, 28 de julho de 2008

RELATÓRIO DO ENCONTRO DE FORMAÇÃO - DOMINGO – 20 DE JULHO

O despertar no domingo foi ás 7:30 horas. O café da manhã foi servido as 8:00 horas e as 9:00 horas nos encaminhamos para a Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida para celebrar junto à comunidade a missa no dia do amigo. Retornando ao Centro de Pastoral, fomos agraciados com o lanche e logo em seguida foi dado início aos trabalhos, com as apresentações teatrais propostas na noite de sábado. A assessora Cida comentou cada tipo de liderança enfatizando a questão de que encontraremos todos esses tipos em nossa caminhada. Após isso, nos dirigimos para o jardim do Centro de Pastoral onde partilhamos inicialmente um pouco do que achamos do encontro e depois Cida comparou as lideranças com um giz, uma garrafa e uma esponja, destacando que o melhor líder é a esponja, pois mesmo tentando esgotar toda a água que ele tem, sempre sobra um pouquinho que pode molhar vários cantos. Cida também orientou uma dinâmica onde cada um falava o que ia levar do encontro para sim e depois cada um ia pegando no dedão do outro, para representar a união do grupo. Por fim, Cida orientou que cada um pegasse um adesivo da PJ e entregasse a pessoa que mais o cativou. Assim encerramos as atividades da manhã de domingo e nos dirigimos para a Cripta da Igreja Matriz para o almoço. À tarde retornamos às atividades às 14:00 horas. Foi dado início aos assuntos aleatórios, preparados pelas jovens Elisiane, Nailê e Carolina. Concluída essa etapa, fizemos a avaliação do encontro de formação conforme a dinâmica do “Quem Bom! Que Pena! Que Tal?”. Concluída essa etapa nos dirigimos para a Capela onde foi feito o envio. Assim concluímos mais um encontro de formação da PJ.
“Pastoral da Juventude! Nossa ferramenta de Luta e Ação!”

RELATÓRIO DO ENCONTRO DE FORMAÇÃO - SÁBADO – 19 DE JULHO

Despertamos no sábado às 7:00 horas para nossa higiene e o café da manhã foi servido as 8:00 horas. Logo depois do café tiveram início os trabalhos da manha. Começamos com um canto e logo em seguida a assessora Aparecida trouxe uma nova coreografia para mexer um pouco com os músculos. Logo depois, conforme orientação da assessora na noite de sexta-feira, juntamos os grupos de cada localidade para a formação do símbolo que representasse a realidade a qual estavam inseridos os jovens. Assim, depois de apresentar o símbolo cada grupo colocou em poucas palavras a realidade da juventude em suas comunidades. Concluída essa etapa, a assessora Cida trouxe-nos uma dinâmica para a diferenciação entre MÉTODO e METODOLOGIA, objetivando um maior entendimento e uma eficaz compreensão da forma de trabalho da Pastoral da Juventude. A dinâmica procedeu da seguinte forma: em dois círculos sobrepostos, os que estão dentro, viram-se e de duplas discutem os significados das palavras. Trocam-se as duplas e segue-se o mesmo procedimento. Depois, em grupos, todos conversam sobre o que foi comentado entre as duplas e partilham para o grande grupo. Concluída essa etapa, a assessora Cida fez breves comentários e nos dirigimos para o intervalo e lanche. Na volta aos trabalhos, assistimos um vídeo bem divertido sobre a saga de Josef Climber. Depois, em grupos partilhamos um pouco sobre a passagem bíblica dos discípulos de Emaús e um grupo de jovens apresentou no bosque a passagem bíblica em forma de encenação teatral. Fizemos mais alguns comentários quanto aos métodos utilizados por Jesus para falar com os discípulos. Encerramos as atividades da manhã e nos dirigimos a Cripta da Igreja Matriz para o almoço. Retornamos as atividades a tarde as 13:30 horas. Logo no inicio cantamos mais alguns cantos e a assessora Cida conclui as reflexões da manhã dando os parâmetros completos sobre o que é a metodologia da Pastoral da Juventude. Cida ainda passou-nos um vídeo intitulado O Poder da Visão e depois orientou uma dinâmica em grupos, onde a tarefa era sair à rua e entrevistar duas pessoas quanto a visão que elas tem do jovem portelense na atualidade. Uma pessoa maior de quarenta anos e uma bem jovem. Depois foi partilhado para o grande grupo cada uma das entrevistas. Logo após as entrevistas fizemos o intervalo e o lanche. No retorno aos trabalhos, partilhamos as entrevistas. Feito isso, Cida orientou-nos a retornar aos grupos e discutir as maneiras que a Pastoral da Juventude pode mudar o quadro dos jovens portelenses. Partilhamos os diálogos e partimos para a dinâmica do boneco. Em três grupos, cada um tinha a tarefa de montar um boneco, porém, o primeiro foi dividido e cada individuo desenhou uma parte diferente. O grupo dois, desenhou alguns elementos do boneco separadamente e o grupo três desenhou o boneco completo. Depois apresentamos os bonecos e discutimos o tipo de grupo que cada um configurava. Assim encerramos as atividades da tarde e fomos para o intervalo de banho e descanso. As 19:00 horas retornamos com o jantar, servido no salão do Centro de Pastoral. Voltamos aos trabalhos com cantos e coreografias propostos pela Cida. Após sentamos em um grande circulo e conversamos um pouco sobre o encontro até o momento. Em seguida fomos orientados a fazer a dinâmica do guia, onde começamos o trabalho em duplas. Procedia da seguinte forma: quem estava a frente fechava os olhos e o de traz o guiaria com batidinhas no ombro. Depois juntamos três duplas, depois dois grupos e no fim apenas um. Concluída a dinâmica falamos das dificuldades da tarefa. Recebemos a visita do administrador diocesano Monsenhor Luis Dalla Costa e do pároco de Tenente Portela, Guido Taffarel que incentivaram nosso trabalho enquanto PJ. Depois da visita, Cida orientou-nos a distribuir-nos em grupos e nos passou tipos de coordenadores para que fizéssemos uma análise e apresentássemos em forma de teatro no domingo para o grande grupo. Após algum tempo demos início a integração com brincadeiras de mímica, cantos e outras. Finalizamos a noite com o momento da mística na capela e fomos para os dormitórios para o descanso.

RELATÓRIO DO ENCONTRO DE FORMAÇÃO - SEXTA-FEIRA – 18 DE JULHO

Iniciamos o Segundo Encontro de Formação na sexta-feira, 18 de julho, recepcionando os jovens desde as 17:00 horas. Abrindo caminho aos trabalhos, as 20:30 horas dirigimo-nos ao refeitório junto ao Centro de Pastoral para oração e jantar. As 21:30 horas foi dado início aos trabalhos do Encontro com a apresentação da coreografia da canção “Quem é esse que me chama” pelo grupo de meninas da Paróquia de Tenente Portela. Após o termino da apresentação a PJ de Santo Augusto fez a cerimônia de Acolhida, onde foi proposto o convite a uma festa. O orientador da dinâmica – Paulo – passou de um a um pedindo se este gostaria de ir a uma festa, pedia o nome do indivíduo e o que ele levaria para essa festa. A intenção da dinâmica era despertar a percepção do grupo quanto à lógica de levar algo para a festa que tivesse como a letra inicial a letra de seu próprio nome (exemplo, Alexandre levaria a Alegria). Concluída a primeira parte da dinâmica, todos receberam o crachá de identificação, onde preencheram com o nome e a paróquia a qual faz parte. O orientador deu prosseguimento ao trabalho explicando que era para cada um virar seu crachá e colocá-lo nas costas com o objetivo de que os outros escrevam no crachá o que esperam e procuram nesse encontro de formação. Depois disso, foi distribuída uma semente para cada jovem do grande grupo e na seqüência foi proclamado o Evangelho da Parábola do Grão de Mostarda, fazendo a reflexão de que cada um de nós precisa cuidar do seu grão de mostarda para provar a importância de também cuidar do que é importante para nós como é o caso de cuidar do que é trabalhado no encontro de formação. Concluída essa etapa da dinâmica de acolhida passamos para os encaminhamentos. A principio, foi realizado o sorteio dos quartos, a fim de desmanchar os grupinhos de aproximação e aumentar a interação entre todos os jovens. Depois foram orientados alguns princípios quanto o zelo com a casa e a postura de cada um durante os três dias do encontro. Feito isso, passamos para a escolha das equipes de trabalho que são as seguintes: horários, animação, limpeza, chimarrão, ambiente, louça e oração. Depois desse processo, foi apresentado o Blog PJ Interativa e apresentados os dados da avaliação do encontro passado. Concluída mais essa etapa, a assessora Aparecida Montana, encaminhou uma tarefa para a noite, pedindo para que cada um pensasse em um símbolo que represente a realidade de seu grupo de base. Assim, concluímos as atividades da noite de sexta-feira com uma breve oração e nos encaminhamos para os dormitórios para o descanso.

domingo, 27 de julho de 2008

Fotos e Fatos do Segundo Encontro de Formação

Trabalhos em grupo: a melhor forma de interagir
Ver! Julgal! Agir! Rever! Celebrar! - Eis a metodologia desses jovens da PJ.

Durante três dias fomos agraciados com os conhecimentos da Aparecida, que trabalhou excelentemente bem a questão da metodologia da PJ.











terça-feira, 8 de julho de 2008

Venha para o 2º Encontro de Formação sobre a Metodologia da PJ




Nos próximos dias 18, 19 e 20 de julho estará acontecendo o 2º Encontro de Fromação sobre a Metodologia da Pastoral da Juventude. O encontro será em Tenente Portela, nas depêndencias do Centro de Pastoral. O início está marcado para as 19:00 horas do dia 18, sexta-feira. Os participantes deverão levar materiais de higiêne pessoal, materiais de anotação, forro de cama, cobertores (em caso de baixa temperatura), e R$ 15,00 para suprir os gastos com pernoite e alimentação.

Todos estão convidados!!!

Venham fazer cada vez mais da PJ a nossa ferramenta de luta e ação dentro da sociedade!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Organização e linguagem usada na PJ

(Refletir sobre o sentido da PASTORAL. Alguém conta o texto de Jo 10,1-6)
Por que Pastoral! (Pastoral vem da palavra Pastor. Pastor é aquele que conduz e caminha com as ovelhas rumo a pastagem e as fontes de água. Cf. Jo 10, 12ss).
PJ = Pastoral de Juventude ;
PJB = Pastoral da Juventude do Brasil;
PJE = Pastoral da Juventude Estudantil;
PJU = Pastoral da Juventude Urbana;
PJR = Pastoral da Juventude Rural;
PJMP = Pastoral da Juventude do Meio Popular;
OP = Organização Própria;
CNAPJ do B = Comissão Nacional de Assessores da Pastoral da Juventude;
CNPJ = Comissão Nacional da Pastoral da Juventude;
CRA = Coordenação Regional de Assessores;
CDJ = Coordenação Diocesana da Juventude. É formada por um jovem de cada paróquia;
CRPJ
CPJ
ADPJ = Assembléia Diocesana da Pastoral da Juventude;
ASSESSORES = Pessoas que contribuem, pela experiência e teoria, os jovens a se organizar, refletir e alimentar a espiritualidade da Pastoral da Juventude. Essas pessoas auxiliam, assessoram encontros e na elaboração de subsídios;
LIBERADOS DIOCESANOS = são jovens liberados para coordenar os trabalhos da PJ em nível diocesano e é remunerado pelo serviço que realiza. A remuneração é assumida pelas paróquias;
DNJ = Dia Nacional da Juventude. Acontece no último Domingo de outubro;
MISSÃO JOVEM = é uma ação planejada e concretizada pela juventude, que visa dar testemunho de sua fé, anunciando Cristo ressuscitado a outros jovens. É uma missão da Igreja, com uma opção preferencial pelos jovens e pobres. Como jovens de fé somos chamados a realizar a mesma missão evangelizadora confiada por Jesus à sua Igreja.
ESCOLA DA JUVENTUDE = momentos de encontros formativos com temas específico

Qual é a metodologia da PJ?

(Lc 24,13-35 \ encenar. Importante lembrar dos REGISTOS. Refletir sobre o sentido – fazer uma analogia – da metodologia. Para TRANSFORMAR.)
Metodologia é um jeito, um caminho utilizado para se alcançar um objetivo. A PJ utiliza o método Ver-Julgar-Agir e celebrar.
O Ver é a percepção da realidade da vida, onde o jovem observa tudo: fatos, acontecimentos, ações... “Os fatos, porém, não são observados e mensurados conforme os postulados das ciências naturais. Não são ‘coisas’. Os fatos são acontecimentos relacionados com outros fenômenos. São causados e geram conseqüências.”[1] É importante registrar, escrever o que se observa, pois isso permite um olhar mais objetivo e sistemático da realidade.
Tudo isso é importante no Ver, mas o mais relevante é a postura do jovem, neste momento. Que o jovem não seja um mero profissional estatístico ou laboratorial e sim deixe falar a lógica do coração para sentir na sua profundidade o sofrimento de nossos irmãos trabalhadores e todo o nosso povo.
Para Ver é preciso se desarmar de todo pré-julgar e alimentar um espírito de pesquisa e investigação, de si e da realidade, questionando permanentemente: o que está acontecendo ao nosso redor? Na família? No bairro? No trabalho? Que tipo de relação existe entre os colegas de trabalho ou entre os vizinhos? Só assim é possível perceber que há coisas que acontecem e dizem respeito a mais de uma pessoa, ou seja, que é comum a outras.
O Julgar é fazer uma profunda análise da realidade a partir da vida concreta e particular do jovem. É confrontar o objetivo, o ideal, a utopia, o como deveria ser, com as condições reais que estamos vivendo. É perceber se a realidade vivida satisfaz e realiza a pessoa humana, o jovem. Neste confronto requer-se do jovem a expressão do seu pensar diante da realidade, isso vai ajudar no seu crescimento crítico, responsável e criterioso. No ato de confrontar é importante saber ouvir a opinião dos outros. É bom ter uma visão antropológica cristã, segundo o Evangelho, bem como não esquecer dos valores e direitos humanos, tais como: a participação e a comunhão.
Ao Julgar a situação ou realidade, “os jovens começam a descobrir que estes problemas não são normais.”[2] Então partem em busca das causas dos fatos e refletem com os companheiros de trabalho ou grupo a fim de perceber a possibilidade de mudança.
Diante da realidade vista e confrontada, havendo possibilidade de transformação, busca-se planejar uma ação.[3] A ação é planejada, a partir da necessidade sentida pelos jovens, e desenvolvida em conjunto com os jovens envolvidos na situação a ser transformada. Assim, o objetivo torna-se comum: transformar para responder à necessidade almejada. Através da ação planejada, que transforma, forma-se consciência e sentimento de classe (grupo). É importante perceber que o ponto de partida da tarefa educacional e formativa, é o agir, ou seja, a tarefa prática. Transformar transformando-se. Evangelizar evangelizando-se.
O celebrar é a comemoração festiva das ações desenvolvidas. O momento celebrativo deve impulsionar para um novo agir, que começa pelo ver a realidade.
Obs.: os passos não estão desligados, estanques, soltos, mas andam juntos, simultaneamente, formam um conjunto.
[1] Elli BENINCÁ, As origens do planejamento participativo no Brasil, AEC, nº 64, p.12.
[2] Luís Carlos BORTONCELLO, A conscientização política através do método Ver, Julgar e Agir, p. 08.
[3] No ato de planejar, geralmente, segue-se o seguinte esquema: o que? Como? Quem? Quando? Onde?

“A águia e a galinha”

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. A águia comia milho e ração para galinhas, embora fosse o rei de todos os pássaros. Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é falinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não, retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia, pois tem coração de águia. Esse coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiou-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Susurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...
Leonardo Boff